Noite Escura ou Purificação Passiva do Sentido: o reconhecimento de si mesmo diante de Deus segundo São João da Cruz
Resumo
Este artigo apresenta uma parcela da obra mística de São João
da Cruz, especificamente a que toca a noite escura de cada indivíduo. A
metáfora da noite escura, aplicada à pessoa, designa a esterilidade da alma
com relação à experiência de Deus. Em primeiro lugar, aborda e delimita
o fenômeno místico. Em seguida, lança-se sobre alguns capítulos do Livro
I de Noite Escura, precisamente do oitavo ao décimo quarto, nos quais o
doutor místico explica a noite escura ou a purificação passiva do sentido
a partir dos versos da primeira canção do poema. O místico cristão não é,
necessariamente, o indivíduo que tem visões do sobrenatural ou arroubos
espirituais, mas é aquele que vive no seu dia a dia a experiência de ouvir
a voz de Deus nos acontecimentos mais triviais, mesmo nos momentos
em que sua voz parece mais inaudível, como na aridez e no desânimo. Ser
místico é ter o conhecimento profundo de si mesmo, o que permite ao
indivíduo reconhecer sua própria miséria e pequenez frente à divindade e,
pela perseverança, já contemplar, aqui neste mundo, o que se contemplará
um dia eternamente, no céu.
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