Aspectos teológicos da espiritualidade de Santa Gertrudes: raízes medievais de uma experiência mística e bíblico-teológica

Autores

  • Pedro Paulo Alves dos Santos

Resumo

Resumo: Partindo do pressuposto que não exista pensamento, comportamento, arte, religião ou quaisquer outras expressões humanas profundas, que sejam alie- nígenas de um contexto histórico, isto é, de um centro de gravitação complexo, no qual a cultura, a sociedade, a política e a economia estejam implicadas, não se poderia falar de ‘espiritualidade’ desta mulher medieval sem imaginar, ao menos, a gama de ingredientes envolvidos neste percurso produtivo. Por isso é preciso situar Gertrudes, mística medieval nórdica, neste amplo território de ideias e mentalidades que, desde o Iluminismo, por motivos discutíveis, passou-se a denominar ‘medieval’. O que Gertrudes representou na cronologia e no pensa- mento deste período medieval? Gertrudes não foi uma voz isolada. Ela ecoou no âmbito de uma mentalidade na qual nascia o complexo e rico conceito-experi- ência de ‘Purgatório’. O mundo da nossa Teóloga e mística alemã foi construído entre duas colunas, de um lado, o pensamento filosófico medieval que era teoló- gico, e, do outro, a leitura bíblica difusa pela arte e pela leitura monástica, a Lectio divina. Devemos assim acentuar que a produção mística medieval se desenvolve em meio ao universo do pensamento racional e da certeza da Fé, amplamente amparados pela experiência da Revelação, inserida diretamente na cultura coti- diana e institucional.

Palavras-chave: Filosofia Medieval. Mística e teologia medievais. Teologia e Historiografia Medieval.

Abstract: Assuming that there is no thought, behavior, art, religion or any other deep human expressions, which are aliens of a historical context, that is, of a complex center of gravitation in which culture, society, politics and economy are involved, one could not speak of the ‘spirituality’ of this medieval woman without imagining at least the range of ingredients involved in this productive journey. That is why it is necessary to situate Gertrude, a medieval Nordic mystic, in this vast territory of ideas and mentalities that, since the Enlightenment, due to debatable reasons, came to be called ‘medieval’. What has Gertrude represented in the chronology and thought of this medieval period? Gertrude was not an isolated voice. She echoed within a mentality in which the complex and rich concept-experience of ‘Purgatory’ was born. The world of our Theologian and German mystic was built between two columns, on the one hand, the medieval philosophical thought that was theological, and, on the other, the biblical reading diffused by art and monastic reading, the ‘Lectio divina’. We must emphasize that the medieval mystical production unfolds in the midst of the universe of rational thought and the certainty of the Faith, vastly supported by the experience of Revelation, directly inserted in the daily and institutional culture.

Keywords: Medieval philosophy. Medieval mysticism and theology. Medieval Theology and Historiography.

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2019-02-06

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Artigos