Tomás de Aquino: entre a Amizade e a Caridade

Autores

  • Carlos Frederico Calvet da Silveira
  • Thiago Leite Cabrera

Palavras-chave:

Amor, Amizade, Caridade, Virtude Política, Reciprocidade

Resumo

Amizade e caridade são dois conceitos que se referem à
perfeição ética do homem. Dentre os pilares da Filosofia Prática de matriz
aristotélica, está a compreensão de que a essência humana se realiza na vida
comunitária da pólis. Sob essa inspiração, Tomás de Aquino, defende que
a Cidade é uma sociedade perfeita, porém que ela é sobretudo um meio
para o aperfeiçoamento humano. Aristóteles, por outro lado, defende que
o modelo da vida política é a amizade e que, nesse sentido, a finalidade da
vida humana encontra-se na pólis. Embora Tomás assuma grande parte da
reflexão aristotélica acerca da amizade, a mensagem cristã inseriu a caridade
no rol das virtudes, considerando-a forma de todas as virtudes, éticas,
dianoéticas e teologais. A caridade, que é o motor da vida cristã, o que de
certo modo parece diminuir o valor da amizade e abrir um conflito entre
amizade e caridade. Tomás, contudo, chega a unir os dois conceitos ao falar
de ‘amizade de caridade’. Este artigo seguindo uma revisão bibliográfica que
abrange tanto as obras de Tomás como autores contemporâneos, mostra
claramente a distinção amizade e caridade; evidencia ainda que, para
Tomás, a caridade, diferentemente da amizade, é virtude que conduz o
cristão nesta vida, mas permanece na vida eterna, onde atinge sua perfeição
plena. A caridade, diferentemente da amizade, tem objeto específico, que é
Deus, e é por meio da caridade, isto é, pelo amor próprio de Deus, que o
cristão ama seus amigos.

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Publicado

2024-09-24